domingo, 2 de agosto de 2009

O místico sedutor




Há uma canção dele para cada fase da minha vida. Por isso...

domingo, 5 de julho de 2009

Não fora o mar




Não fora o mar,

e eu seria feliz na minha rua,

neste primeiro andar da minha casa

a ver, de dia, o sol, de noite a lua,

calada, quieta, sem um golpe de asa.


Não fora o mar,

e seriam contados os meus passos,

tantos para viver, para morrer,

tantos os movimentos dos meus braços,

pequena angústia, pequeno prazer.


Não fora o mar,

e os seus sonhos seriam sem violência

como irisadas bolas de sabão,

efémero cristal, branca aparência,

e o resto — pingos de água em minha mão.


Não fora o mar,

e este cruel desejo de aventura

seria vaga música ao sol pôr

nem sequer brasa viva, queimadura,

pouco mais que o perfume duma flor.


Não fora o mar

e o longo apelo, o canto da sereia,

apenas ilusão, miragem,

breve canção, passo breve na areia,

desejo balbuciante de viagem.


Não fora o mar e,

resignada, em vez de olhar os astros

tudo o que é alto, inacessível, fundo,

cimos, castelos, torres, nuvens, mastros,

iria de olhos baixos pelo mundo.


Não fora o mar

e o meu canto seria flor e mel,

asa de borboleta, rouxinol,

e não rude halali, garra cruel,

Águia Real que desafia o sol.


Não fora o mar

e este potro selvagem, sem arção,

crinas ao vento, com arreio,

meu altivo, indomável coração,


Não fora o mar

e comeria à mão,

não fora o mar

e aceitaria o freio.


Fernanda de Castro

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Sodade

quarta-feira, 3 de junho de 2009

A vida





by hkocak

A vida, as suas perdas e os seus ganhos, a sua
mais que perfeita imprecisão, os dias que contam
quando não se espera, o atraso na preocupação
dos teus olhos, e as nuvens que caíram
mais depressa, nessa tarde, o círculo das relações
a abrir-se para dentro e para fora
dos sentidos que nada têm a ver com círculos,
quadrados, rectângulos, nas linhas
rectas e paralelas que se cruzam com as
linhas da mão;

a vida que traz consigo as emoções e os acasos,
a luz inexorável das profecias que nunca se realizaram
e dos encontros que sempre se soube que
se iriam dar, mesmo que nunca se soubesse com
quem e onde, nem quando; essa vida que leva consigo
o rosto sonhado numa hesitação de madrugada,
sob a luz indecisa que apenas mostra
as paredes nuas, de manchas húmidas
no gesso da memória;

a vida feita dos seus
corpos obscuros e das suas palavras
próximas.

Nuno Júdice

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Dare to dream



Since...

These are crazy times

And it´s our duty
not to surrender the world
into the hands of fools.
May this show be for you
as it has been for me
a celebration
of the coming together of brothers and sisters
and the joy of challenging limits.

(...)

So that they can tell the world
that something else is possible.

Dominique Champagne, autor e encenador

sábado, 16 de maio de 2009

Aí estão eles...




Eles aí estão. E eu vou vê-los. Não perco o sonho sob o Grande Chapiteau.

sábado, 9 de maio de 2009

Leve



Leve, leve, muito leve,
Um vento muito leve passa,
E vai-se, sempre muito leve.
E eu não sei o que penso
Nem procuro sabê-lo.




Alberto Caeiro

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Em branco, neste Maio radioso

quinta-feira, 23 de abril de 2009

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Boa Páscoa!



[Não maltratem muito os ovinhos...]

domingo, 5 de abril de 2009

Cantos de uma paisagem antiga (IX)




Campo de azedas

O Inverno já se vai
Deixando a terra semeada de desejos
O ar acaricia o rosto da planície
Num sopro de beijos.
Nascem azedas em campos dourados
Sinais de vida imprecisa
Abertas corolas, cetins abandonados
Ao breve toque da brisa.

Diz-me agora que sou terra
Campo de azedas que hoje nasceu
Fêmea deitada ao sol da paisagem
Corpo de aromas lançados na aragem
Odor de vida que por ti se liberta
Urgência de amar que o desejo teu
Ao longe desperta.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Ópera divertida

sábado, 28 de março de 2009

Slumdog Millionaire



Estrela absoluta dos Óscares deste ano, será que merece os prémios que conquistou? Ficou-me alguma dúvida. Tenta dar uma visão da Índia real, a da miséria, da exploração infantil, da extrema violência. Tem momentos brilhantes e um extraordinário trabalho de câmara. Os actores que, na sua maior parte, não são profissionais, comovem-nos e divertem-nos, como se estar à frente da câmara fosse o seu meio natural. Ainda assim, não foge a alguns lugares comuns e à tentação do “happy end”. Mas, pensando em filmes que, sabe-se lá como, já ganharam este prémio, diria que está bem entregue. Vale a pena ver, para ter “a taste of real India".

quinta-feira, 26 de março de 2009

nada digas




Fala-me da dignidade
de se ser maior
-; do amor -
de se ser gente que quer ser
melhor
- que o amor -
da idade sem idade de amar
- o amor -
inferior
condição; se for ser-se indolor
- ao amor -.
Fala-me do amor
- superior -
de se ser gente que quer ser
digna
- maior -.

Meu amor
nada digas de amor
- é melhor -.





terça-feira, 17 de março de 2009

In the mood for cello

quinta-feira, 12 de março de 2009

Procura a maravilha

by Anayari Connoly


Procura a maravilha.

Onde um beijo sabe
a barcos e bruma.

No brilho redondo
e jovem dos joelhos.

Na noite inclinada
de melancolia.

Procura.

Procura a maravilha.

Eugénio de Andrade

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Benjamin Button



Um dia antes dos Óscares, fui ver o filme. Fiquei com a certeza de que não ganharia. Não porque seja um mau filme, é apenas um filme diferente demais para ser escolhido pela Academia. O ritmo do filme é o de quem conta uma história sem se apressar, parando nos pormenores, nas pequenas coisas que parecem não importar e fazem toda a diferença. A "filosofia" subjacente é de aceitação do que a vida traz e da vontade de a viver como se fosse sempre possível começar de novo. Está tudo nestas duas frases, uma do capitão Mike e outra do prório Benjamin:

" You can be as mad as a mad dog at the way things went. You could swear, curse the fates, but when it comes to the end, you have to let go."

"Along the way you bump into people who make a dent on your life. Some people get struck by lightning. Some are born to sit by a river. Some have an ear for music. Some are artists. Some swim the English Channel. Some know buttons. Some know Shakespeare. Some are mothers. And some people can dance."

Realizador: David Fincher
Intérpretes principais: Brad Pitt e Cate Blanchett

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Carnaval de Veneza



Maravilhoso. Misterioso. Uma outra visão do carnaval.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Janis Joplin - Cry baby (live)



Apenas porque sim.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

A nossa casa é um lugar ao vento



by Donnie Mackay


A nossa casa é um lugar ao vento, mas buscamos
o absoluto, a bárbara verdade duma onda sobre a praia.

Tudo nos pertence porque guardamos na memória
os restos do apego às coisas que tivemos, os gestos
de gratidão que vimos no coração dos dias violentos.

Esta época não é a nossa. Subverte os conceitos
do ânimo, os desígnios legítimos de plenitude.

Mas por isso ainda somos a centelha que arde devagar
na paisagem estreita de árvores estóicas, em momentos
de tempestade, na consciência das opções sublevadas.

Vieira Calado, in Transparências

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Arte e sensibilidade



1) Toda a arte se baseia na sensibilidade, e essencialmente na sensibilidade.
2) A sensibilidade é pessoal e intransmissível.
3) Para se transmitir a outrem o que sentimos, e é isso que na arte buscamos fazer, temos que decompor a sensação, rejeitando nela o que é puramente pessoal, aproveitando nela o que, sem deixar de ser individual, é todavia susceptível de generalidade, portanto, compreensível, não direi já pela inteligência, mas ao menos pela sensibilidade dos outros.
4) Este trabalho intelectual tem dois tempos: a) a intelectualização directa e instintiva da sensibilidade, pela qual ela se converte em transmissível (é isto que vulgarmente se chama "inspiração", quer dizer, o encontrar por instinto as frases e os ritmos que reduzam a sensação à frase intelectual (prim. versão: tirem da sensação o que não pode ser sensível aos outros e ao mesmo tempo, para compensar, reforçam o que lhes pode ser sensível); b) a reflexão crítica sobre essa intelectualização, que sujeita o produto artístico elaborado pela "inspiração" a um processo inteiramente objectivo — construção, ou ordem lógica, ou simplesmente conceito de escola ou corrente.
5) Não há arte intelectual, a não ser, é claro, a arte de raciocinar. Simplesmente, do trabalho de intelectualização, em cuja operação consiste a obra de arte como coisa, não só pensada, mas feita, resultam dois tipos de artista: a) o inspirado ou espontâneo, em quem o reflexo crítico é fraco ou nulo, o que não quer dizer nada quanto ao valor da obra; b) o reflexivo e crítico, que elabora, por necessidade orgânica, o já elaborado.
Dir-lhe-ei, e estou certo que concordará comigo, que nada há mais raro neste mundo que um artista espontâneo — isto é, um homem que intelectualiza a sua sensibilidade só o bastante para ela ser aceitável pela sensibilidade alheia; que não critica o que faz, que não submete o que faz a um conceito exterior de escola ou de moda, ou de "maneira", não de ser, mas de "dever ser".

Fernando Pessoa, in 'Carta a Miguel Torga, 1930'

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Cantos de uma paisagem antiga (VII)



by Adam Orzechowski

A passagem do Inverno

Existe esta espera
da natureza que chora
grossas lágrimas de saudade.
Existe este estilete de gelo
que nos penetra na alma.
Recolhe ao casulo, amor
ao doce refúgio que teço
construo, aqueço.
Revive no fogo que acendo
em mim.
Traz contigo o calor do desejo
no meu sono depõe um beijo terno
deixa o frio viver fora de portas.
Dá-me a mão na passagem deste Inverno.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Infinito Particular



Intérprete: Marisa Monte

Já tenho saudades desta senhora...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Revolutionary road




Lembram-se de American Beauty? Sam Mendes pega no mesmo tema subjacente, mudando a época, a idade dos protagonistas e, como consequência, algumas razões do seu óbvio mal-estar. Mas a claustrofobia é a mesma, tal como o vazio sem esperança (hopeless emptiness). Nem April nem Frank Wheeler se sentem bem na vida de casal suburbano. Estamos nos anos 50. Ela, dona de casa e mãe de dois filhos, ele, empregado na área de vendas de uma empresa. Quando ela tenta reatar os sonhos com que começaram a vida em comum, uma série de circunstâncias leva a que ele escolha o conhecido, o confortável, em desfavor da aventura. Daí até ao desfecho que se vai adivinhando é um passo. Um enorme passo na mente de April que é, claramente, quem pior se sente e tenta justificar a sua vontade de mudança projectando os seus sonhos no futuro do marido.
Kate Winslet e Leonardo di Caprio reencontram-se na tela, após Titanic. Se, no filme anterior, sempre me pareceu que a escolha de di Caprio tinha sido um erro de casting , dado que tinha o aspecto duma criancinha ao lado da jovem mas bem constituída Kate, já agora o casal me parece bastante equilibrado, conseguindo ambos interpretações de bom nível. O filme deixa, na mente de quem o vê e tem o hábito de se interrogar, uma funda inquietação e várias perguntas sobre as “armadilhas de segurança” em que nos prendemos, ao longo da vida.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Nascimento último



by Gilles le Bihan

Como se não tivesse substância e de membros apagados.
Desejaria enrolar-me numa folha e dormir na sombra.
E germinar no sono, germinar na árvore.
Tudo acabaria na noite, lentamente, sob uma chuva densa.
Tudo acabaria pelo mais alto desejo num sorriso de nada.
No encontro e no abandono, na última nudez,
respiraria ao ritmo do vento, na relação mais viva.
Seria de novo o gérmen que fui, o rosto indivisível.
E ébrias as palavras diriam o vinho e a argila
e o repouso do ser no ser, os seus obscuros terraços.
Entre rumores e rios a morte perder-se-ia.

António Ramos Rosa

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Tango Quattro



Tema:Oblivión

Site oficial

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A troca




Heartbreaking. Absolutamente. Excelente, a realização de Clint Eastwood e a fotografia entre a cor e o preto e branco, criando uma ambiente am sintonia com a história. Na senda dos filmes que nos "dão a volta" por dentro, seja pela violência, pela injustiça ou pela nossa sensação de impotência. Talvez também por ser uma história verdadeira. Pela primeira vez vi em Angelina Jolie algo mais que uma boneca. Consegue uma interpretação que talvez lhe dê o prémio por que todos os actores anseiam. Junto dela, John Malkovich, de quem tudo já foi dito, tantas vezes. A não perder, a não ser por quem se impressiona facilmente.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Cantos de uma paisagem antiga (VI)



by Graça Loureiro

Na paisagem, de madrugada...

Entrei na paisagem pela madrugada
Corri nos caminhos saudosos de ti
Riachos gelados beijaram-me os pés
Deitei-me na terra sentindo o odor
Que a natureza me disse ser teu
Chamei-te em silêncio pelas veredas
Sonhei-te os passos lentos de outrora
Senti-te em mim nas horas de sempre
No sol das manhãs e na bruma da tarde
Soube que virás num dia nostálgico
Quando a terra disser que estás a chegar.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Who by fire



It´s the man, himself... Leonard Cohen

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Antes o voo




by Artur K.

Antes o voo da ave, que passa e não deixa rasto,
Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão.
A ave passa e esquece, e assim deve ser.
O animal, onde já não está e por isso de nada serve,
Mostra que já esteve, o que não serve para nada
A recordação é uma traição à Natureza,
Porque a Natureza de ontem não é Natureza.
O que foi não é nada, e lembrar é não ver.

Passa, ave, passa, e ensina-me a passar!

Alberto Caeiro

domingo, 18 de janeiro de 2009

As quatro ignorâncias do amante



Quatro ignorâncias podem concorrer em um amante, que diminuam muito a perfeição e merecimento de seu amor. Ou porque não se conhecesse a si: ou porque não conhecesse a quem amava: ou porque não conhecesse o amor: ou porque não conhecesse o fim onde há-de parar, amando. Se não se conhecesse a si, talvez empregaria o seu pensamento onde o não havia de pôr, se se conhecera. Se não conhecesse a quem amava, talvez quereria com grandes finezas a quem havia de aborrecer, se o não ignorara. Se não conhecesse o amor, talvez se empenharia cegamente no que não havia de empreender, se o soubera. Se não conhecesse o fim em que havia de parar, amando, talvez chegaria a padecer os danos a que não havia de chegar se os previra.

Padre António Vieira, in "Sermões"

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

doença



by wkg

eu também padeci dessa doença.
também chamei médicos a desoras.
também tomei os chás de vários pregadores.
andei de feira em feira à cata de bruxos.
dei as minhas mãos em várias leituras .
também me leram cartas .
Os magos me fartaram.
e no entanto nunca fiquei curada.
não curada deles
seus remédios e cartas.

Foi há tempos longos.
eu nem sei se me era
tanto andar andou.
Hoje
nem doença, nem nada.
curei-me.
sabes como?!
curei-me de cansada.

mcorreia

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Lisa Ekdahl



Som: Daybreak

Uma doçura sueca...

sábado, 10 de janeiro de 2009

Cantos de uma paisagem antiga (V)



Foto by Izabel

Não te direi

Não te direi nunca:
lembras-te?
Nem te levarei pelos campos
a olhar o mar,
espelho de interrogações futuras.
Não olharei nos teus olhos
a minha imagem
mulher de qualquer idade.
Sou em ti um cristal
vibrando neste dia e nesta hora,
um corpo de líquidos desejos,
pedaço de alma que se entrega
em cada troca de beijos.
Direi: amor, amor
quando em meus braços te aperto
e ficarei (sempre)
gravada em teu olhar aberto.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Eu te amo



Piano: Tom Jobim
Cantam: Chico Buarque e Telma Costa

Como ele era novinho! Foi assim que o vi numa memorável Festa do Avante...

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Príncipe



by Murat Harmanliki


Príncipe:
Era de noite quando eu bati à tua porta
e na escuridão da tua casa tu vieste abrir
e não me conheceste.
Era de noite
são mil e umas
as noites em que bato à tua porta
e tu vens abrir
e não me reconheces
porque eu jamais bato à tua porta.
Contudo
quando eu batia à tua porta
e tu vieste abrir
os teus olhos de repente
viram-me
pela primeira vez
como sempre de cada vez é a primeira
a derradeira
instância do momento de eu surgir
e tu veres-me.
Era de noite quando eu bati à tua porta
e tu vieste abrir
e viste-me
como um náufrago sussurrando qualquer coisa
que ninguém compreendeu.
Mas era de noite
e por isso
tu soubeste que era eu
e vieste abrir-te
na escuridão da tua casa.
Ah era de noite
e de súbito tudo era apenas
lábios pálpebras intumescências
cobrindo o corpo de flutuantes volteios
de palpitações trémulas adejando pelo rosto.
Beijava os teus olhos por dentro
beijava os teus olhos pensados
beijava-te pensando
e estendia a mão sobre o meu pensamento
corria para ti
minha praia jamais alcançada
impossibilidade desejada
de apenas poder pensar-te.

São mil e umas
as noites em que não bato à tua porta
e vens abrir-me

Ana Hatherly, in "Um Calculador de Improbabilidades"

domingo, 4 de janeiro de 2009

La Nouba



Novamente, o Cirque du Soleil. Talvez porque hoje é domingo e o sol quer espreitar lá fora...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

o vermelho e o trigo...




No fundo da terra há sempre
Um húmus insuspeito, uma semente, uma promessa...

Talvez um parto...

Talvez um grito,
Ou uma dor por abrir...

Talvez uma tensão na hora de soltar-se...

Há sempre na noite
Um dia imprevisível, uma esperança calada...

Há sempre uma morte que se faz vida...

Há sempre o vermelho e o trigo...

Sabe-se lá quando pode explodir uma flor...



quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

New Year's Day




All is quiet on New Year's Day.
A world in white gets underway.
I want to be with you, be with you night and day.
Nothing changes on New Year's Day.
On New Year's Day.

I... will be with you again.
I... will be with you again.

Under a blood-red sky
A crowd has gathered in black and white
Arms entwined, the chosen few
The newspaper says, says
Say it's true, it's true...
And we can break through
Though torn in two
We can be one.

I... I will begin again
I... I will begin again.

Oh, oh. Oh, oh. Oh, oh.
Oh, maybe the time is right.
Oh, maybe tonight.
I will be with you again.
I will be with you again.

And so we are told this is the golden age
And gold is the reason for the wars we wage
Though I want to be with you
Be with you night and day
Nothing changes
On New Year's Day
On New Year's Day
On New Year's Day


U2


Feliz 2009!