domingo, 5 de julho de 2009
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
o vermelho e o trigo...
Um húmus insuspeito, uma semente, uma promessa...
Talvez um parto...
Talvez um grito,
Ou uma dor por abrir...
Talvez uma tensão na hora de soltar-se...
Há sempre na noite
Um dia imprevisível, uma esperança calada...
Há sempre uma morte que se faz vida...
Há sempre o vermelho e o trigo...
Sabe-se lá quando pode explodir uma flor...
Publicado por vida de vidro às 14:42 0 comentários
Categoria: Encontros na net..., O que eu vejo, Tanta poesia...
sábado, 13 de dezembro de 2008
Salvem os ricos
Os Contemporâneos no seu melhor!
Publicado por vida de vidro às 23:15 3 comentários
Categoria: O que eu vejo, Para sorrir ou talvez nem tanto...
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Mas que sei eu
Mas que sei eu das folhas no outono
ao vento vorazmente arremessadas
quando eu passo pelas madrugadas
tal como passaria qualquer dono?
Eu sei que é vão o vento e lento o sono
e acabam coisas mal principiadas
no ínvio precipício das geadas
que pressinto no meu fundo abandono
Nenhum súbito lamenta
a dor de assim passar que me atormenta
e me ergue no ar como outra folha
qualquer. Mas eu sei que sei destas manhãs?
As coisas vêm vão e são tão vãs
como este olhar que ignoro que me olha
Ruy Belo
Publicado por vida de vidro às 18:33 3 comentários
Categoria: O que eu vejo, Tanta poesia...
domingo, 23 de novembro de 2008
Ainda o Porto...
by vida de vidro
José Saramago
Publicado por vida de vidro às 20:30 1 comentários
Categoria: Citando, Dias diferentes, O que eu vejo
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Sino
Grito
Repique de perfídias
Ignomínias
Nem em dias, nem em horas
Nem em quartos
É nos abalos tristes que ele bate
É quando o coração da gente soa
Num parto, numa ida, num desastre
Na perca do amigo é que ele ecoa
Repica em desalinho
Ri e chora
Nem em quartos, nem em horas,
Nem em dias, nem em meses
Repica de alegrias, de saudades
Pelas tardes
Nem em segundos, nem em horas,
Nem em anos, nem em quartos.
É nos entre tempos que ele bate.
Publicado por vida de vidro às 18:18 3 comentários
Categoria: Encontros na net..., O que eu vejo, Tanta poesia...
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Paula Rego - um inferno a visitar
Paula Rego, Lela playing with Gremlin
Paralelamente, está patente a exposição «Anos 80» que exibe obras de artistas como António Dacosta, Nadir Afonso, Júlio Pomar, Graça Morais, Menez, Nikias Skapinakis e José de Guimarães, entre outros.
A mostra funciona de terça-feira a domingo, das 11:30 às 18:30. Na última sexta-feira de cada mês as portas abrem das 11:30 às 24:00 horas.
Publicado por vida de vidro às 08:10 2 comentários
Categoria: O que eu vejo, Sensações
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Poente com chama
by Vida de vidro
Inflama-me, poente: faz-me perfume e chama;
que o meu coração seja igual a ti, poente!
descobre em mim o eterno, o que arde, o que ama,
...e o vento do esquecimento arraste o que é doente!
Publicado por vida de vidro às 10:06 2 comentários
Categoria: Dias diferentes, Emoções, O que eu vejo
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Porque gosto...
Não consegui saber o nome. Só sei que ganhou um concurso de dança na Coreia. E gosto. Definitivamente.
Publicado por vida de vidro às 18:35 5 comentários
Categoria: O que eu vejo, Sensações
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
sábado, 4 de outubro de 2008
Zeitgeist
zeitgeistmovie.com
Publicado por vida de vidro às 23:47 4 comentários
Categoria: O que eu vejo
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Vou-me sentar à janela
vou-me sentar à janela
a ver a vida lá fora.
os meninos do jardim
aquela mulher que passa
o homem que vai embora.
e eu sentada aqui dentro
com um vidro de permeio
vejo os risos que não oiço
sinto os olhos da mulher
presos na pressa do homem
que se cruza no passeio.
a rua é um mar de acasos
de vidas que não se sabem.
tento eu ligar os passos
em qualquer conto inventado
visto através da vidraça.
a chuva esconde os pedaços
da vida que está lá fora
e eu sentada à janela
olhando o que sonho dela.
Novembro 2005
[Pausa. Não exactamente para me sentar à janela]
Publicado por vida de vidro às 19:32
Categoria: O que eu vejo
domingo, 28 de outubro de 2007
Ainda...
Ainda sabemos cantar
Ainda sabemos cantar,
só a nossa voz é que mudou:
somos agora mais lentos,
mais amargos,
e um novo gesto é igual ao que passou.
Um verso já não é a maravilha,
um corpo já não é a plenitude.
Eugénio de Andrade
Publicado por vida de vidro às 00:36
Categoria: O que eu vejo, Tanta poesia...
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Tágides
Óleo de Columbano Bordalo Pinheiro
E vós, Tágides minhas, pois criado
Tendes em mi[m] um novo engenho ardente,
Se sempre em verso humilde celebrado
Foi de mi[m] vosso rio alegremente,
Dai-me agora um som alto e sublimado,
Um estilo grandíloq[u]o e corrente,
Porque de vossas águas Febo ordene
Que não tenham enveja às de Hipocrene.
Luís de Camões, in Os Lusíadas
Foto by vida de vidro, Esculturas de João Cutileiro
Publicado por vida de vidro às 11:19
Categoria: O que eu vejo, Sensações
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Poema de Outono
O vento soprou
Tão doce e sereno
Tocou-me ao de leve
Girou sentimentos
Dormentes, silentes
Que em voo rasante
Tocaram o chão
O fundo da alma
Fez-se de cor de ouro
Castanho ou laranja
Deu frutos já secos
De um doce amargo
Surgiu o Outono
No meu coração.
Setembro 2004
Publicado por vida de vidro às 06:34
Categoria: O que eu vejo
sábado, 13 de outubro de 2007
Da ausência
Ausência II
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
Vinicius de Moraes
Publicado por vida de vidro às 07:08
Categoria: O que eu vejo, Tanta poesia...
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
Perfeição
Dói-me a beleza exagerada
a perfeição azul do horizonte
a doce transparência da manhã
que finda a névoa da madrugada.
Julho 2005
Publicado por vida de vidro às 06:48
Categoria: O que eu vejo, Sensações
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
Madonas da Flandres
Sinais de um culto enraizado. Um caminho que se percorre até ao rosto pensativo e sereno da Madona de Michelangelo.
Publicado por vida de vidro às 06:28
Categoria: O que eu vejo
terça-feira, 18 de setembro de 2007
Lição sobre a água
Este líquido é água.
Quando pura
é inodora, insípida e incolor.
Reduzida a vapor,
sob tensão e alta temperatura,
move os êmbolos das máquínas que, por isso,
se denominam máquinas a vapor.
É um bom dissolvente.
Embora com excepções mas de um modo geral,
dissolve tudo bem, ácidos, bases e sais.
Congela a zero graus centesimais
e ferve a 100, quando à pressão normal.
Foi neste líquido que numa noite cálida de Verão,
sob um luar gomoso e branco de camélia,
apareceu a boiar o cadáver de Ofélia
com um nenúfar na mão.
António Gedeão
Publicado por vida de vidro às 07:18
Categoria: O que eu vejo, Tanta poesia...