Maldade...
Queria saber ser mau, odiar sem limites e sem clemência.
Apetecia-me usar uma faca aguçada e penetrar o peito dos inclementes que engendram crueldades e roubam a paz aos inocentes, aos puros.
Também eu já perdi a inocência.
Deixei a pureza algures numa tempestade em que me perdi um dia, distraído e confuso.
Agora, depois de provar o veneno,
Ergo a taça e brindo ao cinismo
Sou impostor, enceno,
Ofereço-te o abismo.
Mas, mesmo assim, resta-me um fragmento de lucidez.
Apesar de querer magoar, ferir, ainda possuo fome de abraços.
Por isso permaneço de olhos fixos no horizonte, onde o infinito se funde com o essencial.
António Dias da Silva in "Ant Mitos urbanos... Ou assim..."
1 comentário:
"Mitos humanos"...talvez, em vez de urbanos! A maldade, hidra de mil cabeças...
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