domingo, 28 de janeiro de 2007

inverno





o inverno desliza
no corpo que espera.

quanto frio ainda haverá,
antes que ele chegue
e de novo as rosas desabrochem
e com elas a cor pinte meu rosto?

desde que se foi o meu amado
não há almíscar,
o perfume desertou a vida,
o vinho não sabe a prazer.
já não me acolhe, a noite,
é escuridão sem voz .

o vento não se oculta no deserto,
nem fala aos meus quadris
nenhuma dança.

desde que se foi o meu amado
o inverno não se cansa de ser eu.


silvia chueire