segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Dias deslavados





Dias insípidos, secos, deslavados,
Tristezas e alegrias morreram afogadas
Assassinadas sem mágoas nem agrados,
Na quietude de um rio de águas paradas.

Como eu gosto de dias de emoção ardente.
Dias violentos! Quero-vos tanto e tanto,
Devolvo às águas do rio a corrente
E danço nas ondas enquanto canto e canto.

Sou incansável, quero sempre mais e mais,
Esta vida não me basta, quero outras seis,
Todas diferentes, sem lados iguais,
Ainda mais loucas, sem regras nem leis…

Estou farto da letargia sem sobressalto.
Neste mundo sem cor nem história,
Vou gritar aos céus bem alto:
Renego a vossa paz, quero a vitória!


Gonçalo Nuno Martins, in Nada em 53 vezes