quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Carta




Não sei que dizer-te!

Senta-se a caneta no papel
Como reformados em banco de jardim
E fica esquecida, contemplando a ausência da cor!...
Branca é também a lonjura que nos separa
E que o tempo não se apressa em transformar…

Não sei que dizer-te!

As palavras exauridas, gastas, ecoam dentro de mim
Mas teimam em não se dar a conhecer..
Quisera que o nosso longe fosse aqui, à distância do
toque
Que o nosso abraço fosse quente, à distância do corpo
Que o nosso beijo fosse possível, à distância da boca…
Quisera, meu amor, o Amor presente, sem distâncias
no tempo!...


Maria Mamede, in Lume