Respiro a terra nas palavras,
no dorso das palavras
respiro
a pedra fresca de cal;
respiro um veio de água
que se perde
entre as espáduas
ou as nádegas;
respiro um sol recente
e raso
nas palavras
com lentidão de animal.
Eugénio de Andrade, Nas palavras
Publicado por vida de vidro às 09:08
Categoria: O que eu vejo