Marlon Brando
Um dos grandes. Um dos meus preferidos.
Um dos grandes. Um dos meus preferidos.
Publicado por vida de vidro às 08:33
Categoria: Ídolos (meus)
Do que eles juram que não viram
Olham para o céu esses poetas, poetas, poetas
Como se fossem lunetas, lunetas, lunáticas
Lançadas ao espaço e o mundo inteiro
Inteiro, inteiro, fossem vendo p'ra
Depois voltar
P'ro rio de janeiro
Maurício Neves Corrêa
Publicado por vida de vidro às 08:31
Categoria: Encontros na net..., O que eu vejo
Todos os desejos são contraditórios como o do alimento. Gostaria que aquele que amo me amasse. Mas se ele me for totalmente dedicado, deixa de existir, e eu deixo de o amar. E enquanto não me for totalmente dedicado, não me amará o suficiente. Fome e saciedade.
O desejo é mau e ilusório, mas, no entanto, sem o desejo não esquadrinharíamos o verdadeiro absoluto, o verdadeiro ilimitado. É preciso ter passado por isto. Infelizes os seres a quem o cansaço subtrai esta energia suplementar que é a fonte do desejo.
Infeliz, também, aquele a quem o desejo cega.
É preciso arrastar o desejo até ao eixo dos pólos.
Publicado por vida de vidro às 10:55
Categoria: Reflectindo
Inigualável. Inesquecível.
Publicado por vida de vidro às 10:23
Categoria: Recordações
Tive amigos que morriam, amigos que partiam
Outros quebravam o seu rosto contra o tempo.
Odiei o que era fácil
Procurei-te na luz, no mar, no vento.
Sophia de Mello Breyner
Publicado por vida de vidro às 09:25
Categoria: O que eu vejo, Tanta poesia...
Foto by Sandra Muequin, Porcelain
Um olhar diferente sobre o retrato. Ou de como compôr uma imagem original.
Publicado por vida de vidro às 08:58
Categoria: Olhares de fascínio
A esperança é filha do desejo, mas não é o desejo. Constitui uma aptidão mental, que nos fez crer na realização de um desejo. Podemos desejar uma coisa sem que a esperemos. Toda gente deseja a fortuna, muito poucos a esperam. Os sábios desejam descobrir a causa primitiva dos fenómenos; eles não têm nenhuma esperança de consegui-lo. O desejo aproxima-se algumas vezes da esperança, a ponto de confundir-se com ela. Na roleta, eu desejo e espero ganhar.
A esperança é uma forma de prazer em expectativa que, na sua atual fase de espera, constitui uma satisfação frequentemente maior do que o contentamento produzido pela sua realização. A razão é evidente. O prazer realizado limita-se em quantidade e em duração, ao passo que nada limita a grandeza do sonho criado pela esperança. A força e o encanto da esperança consistem em conter todas as possibilidades de prazer. Ela constitui uma espécie de vara mágica que transforma tudo. Os reformadores nunca fizeram mais do que substituir uma esperança por outra.
Publicado por vida de vidro às 09:04
Categoria: Reflectindo
Foto by Laurent Orseau, Dirty three
"I'm a photographer fascinated by the b&w universes, the moody atmospheres, the silly subjects... and square images!"
Laurent Orseau
Publicado por vida de vidro às 09:11
Categoria: Olhares de fascínio
Bendito seja o mesmo sol de outras terras
Que faz meus irmãos todos os homens
Porque todos os homens, um momento no dia, o olham
[como eu,
E nesse puro momento
Todo limpo e sensível
Regressam lacrimosamente
E com um suspiro que mal sentem
Ao homem verdadeiro e primitivo
Que via o Sol nascer e ainda o não adorava.
Porque isso é natural - mais natural
Que adorar o ouro e Deus
E a arte e a moral...
Alberto Caeiro, O guardador de rebanhos, Poema XXXVIII
Publicado por vida de vidro às 08:55
Categoria: O que eu vejo, Tanta poesia...
Foto by Cartier-Bresson, Retrato de Matisse
O mestre. Sem mais palavras.
Publicado por vida de vidro às 09:52
Categoria: Ídolos (meus), Olhares de fascínio
Som: Lágrimas negras
Publicado por vida de vidro às 09:53
Categoria: O que vou ouvindo
“O importante é isto "das redes de afectos"(…) e tu a chamares-me poeta! Eu que chumbei a português por causa dos Lusíadas!!!! Eu que não conheço NENHUM poeta! Eu que não leio poemas!”
Sérgio
Tu tinhas na alma todos os livros de poesia do mundo. Obrigada por este (breve, tão breve) encontro.
Publicado por vida de vidro às 11:16
Categoria: Encontros na net..., Olhares de fascínio
ficheiro retirado
(...)
La mer
Au ciel d'été confond
Ses blancs moutons
Avec les anges si purs
La mer bergère d'azur
Infinie
(...)
Et d'une chanson d'amour
La mer
A bercé mon cœur pour la vie
Charles Trenet, excerto de La mer
[Para ti, amigo. Que o mar e o céu te embalem, sempre.]
Publicado por vida de vidro às 12:25
Categoria: Ídolos (meus), O que eu vejo
Passos furtivos na escada
Da minha imaginação.
Sabendo-os frutos de nada
São reais como os que o são.
Basta que os oiça e provocam
A minha insónia de assalto.
Se fujo, seguem-me, voam...
Se grito, gritam mais alto.
Por favor, bom senso - Não!
E resposta que eu não posso.
De que me serve a razão
Se não existe o que eu ouço?
Reinaldo Ferreira
Publicado por vida de vidro às 09:36
Categoria: O que eu vejo, Tanta poesia...
Singing in the rain. Quem não viu e reviu?
Publicado por vida de vidro às 09:38
Categoria: Ídolos (meus)
Certo dia uma rica senhora viu, num antiquário, uma cadeira que era uma beleza. Negra, feita de mogno e cedro, custava uma fortuna. Era, porém, tão bela, que a mulher não titubeou - entrou, pagou, levou para casa.
A cadeira era tão bonita que os outros móveis, antes tão lindos, começaram a parecer insuportáveis à simpática senhora. (Era simpática).
Ela então resolveu vender todos os móveis e comprar outros que pudessem se equiparar à maravilhosa cadeira. E vendeu-os e comprou outros.
Mas, então a casa que antes parecia tão bonita, ficou tão bem mobilada que se estabeleceu uma desarmonia flagrante entre casa e móveis. E a senhora começou a achar a casa horrível.
E vendeu a casa e comprou uma outra maravilhosa.
Mas dentro daquela casa magnífica, mobilada de maneira esplendorosa, a mulher começou, pouco a pouco, a achar seu marido mesquinho. E trocou de marido.
Mas mesmo assim não conseguia ser feliz. Pois naquela casa magnífica, com aqueles móveis admiráveis e aquele marido fabuloso, todo mundo começou a achá-la extremamente vulgar.
Publicado por vida de vidro às 09:23
Categoria: Reflectindo
Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo
Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Publicado por vida de vidro às 09:17
Categoria: O que eu vejo, Tanta poesia...
ficheiro retirado
Dito por: Al Berto
Violoncelo: Francisco Ribeiro
há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida
pensava eu… como seriam felizes as mulheres
à beira-mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado
por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos… sem ninguém
e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentada à porta… dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca do mar ao fundo da rua
assim envelheci… acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão
(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no
coração, mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar)
um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas de que alguma vez me visite a felicidade
Al Berto
O medo; Salsugem, 9; 1982
Publicado por vida de vidro às 09:21
Categoria: Preciosidades
J'ai caché
Mieux que partout ailleurs
Au grand jardin de mon coeur
Une petite fleur
Cette fleur
Plus jolie qu'un bouquet
Elle garde en secret
Tous mes rêves d'enfant
L'amour de mes parents
Et tous ces clairs matins
Fait d'heureux souvenirs lointains
Petite fleur Sidney Bechet, Fernand Bonifay e Mario Bua
Publicado por vida de vidro às 08:33
Categoria: O que eu vejo
Foto by Bob Tiny
Estranhas perspectivas do mundo, numa predominância de preto e branco.
Publicado por vida de vidro às 08:53
Categoria: Olhares de fascínio
Os meus pensamentos foram-se afastando de mim, mas, chegado a um caminho acolhedor, repilo os tumultuosos pesares e detenho-me, de olhos fechados, enervado num aroma de afastamento que eu próprio fui conservando, na minha pequena luta contra a vida. Só vivi ontem. Ele tem agora essa nudez à espera do que deseja, selo provisório que nos vai envelhecendo sem amor.
Ontem é uma árvore de longas ramagens, e estou estendido à sua sombra, recordando.
De súbito, contemplo, surpreendido, longas caravanas de caminhantes que, chegados como eu a este caminho, com os olhos adormecidos na recordação, entoam canções e recordam. E algo me diz que mudaram para se deter, que falaram para se calar, que abriram os olhos atónitos ante a festa das estrelas para os fechar e recordar...
Estendido neste novo caminho, com os olhos ávidos florescidos de afastamento, procuro em vão interceptar o rio do tempo que tremula sobre as minhas atitudes. Mas a água que consigo recolher fica aprisionada nos tanques ocultos do meu coração em que amanhã terão de se submergir as minhas velhas mãos solitárias...
Publicado por vida de vidro às 08:22
Categoria: Reflectindo
Canção: Ne me quitte pas
Publicado por vida de vidro às 10:07
Categoria: Ídolos (meus), O que vou ouvindo
Uma casa morreu
quem pode usá-la agora?
Alguma coisa nossa
ficou nela e nós fora
De madrugada, cega,
perdeu-se junto à costa
não quero vê-la mesmo
que vê-la ainda possa
Existe mas morreu
ancorou numa rocha
o vento que a fechou
fechou-nos a nós fora
Não quero vê-la nem
que vê-la ainda possa
dentro dela ficou
alguma coisa nossa
Gastão Cruz
Publicado por vida de vidro às 09:50
Categoria: O que eu vejo, Tanta poesia...
Pensava sempre nele nessa hora. A hora em que, casquinha de sorvete à mão, lambia lenta e delicadamente as bolas. Deliciando-se em dobro. A relembrar outros jogos de língua. Em tardes distantes. E por vir.
Publicado por vida de vidro às 09:13
Categoria: Encontros na net...
Foto by Paulo Madeira, Índio da Meia Praia
Publicado por vida de vidro às 12:36
Categoria: Olhares de fascínio
Contemplo o que não vejo.
É tarde, é quase escuro.
E quanto em mim desejo
Está parado ante o muro.
Fernando Pessoa
Publicado por vida de vidro às 09:19
Categoria: O que eu vejo, Tanta poesia...